Gazeta Itapirense

Artigo: Lilith, a primeira mulher de Adão. Eva, a segunda, por Nino Marcati

Uma tradição judaica e textos mesopotâmicos de 3000 a.C. nos apresentam Lilith, a primeira esposa de Adão. Criados juntos do pó da terra, Lilith recusou-se a submissão, fugiu do paraíso e se uniu aos demônios. Essa narrativa contrasta com Eva, a segunda esposa, feita da costela de Adão.

Nas religiões abraâmicas, Eva é moldada a partir de Adão. Influenciada por uma serpente, ela desobedece a Deus, come o fruto proibido e convence Adão a fazer o mesmo, introduzindo o pecado no mundo. Como punição, Eva é condenada à submissão e ambos são expulsos do paraíso. A humanidade enfrenta desde então as dificuldades da vida, buscando a redenção.

Observe como Adão é simplesmente rotulado como desobediente, enquanto Eva é vista como alguém que se enganou pelas aparências e promessas falsas, influenciando Adão a desobedecer e agindo impulsivamente.

A reputação de Lilith é ainda mais negativa. Vista como rebelde por não se submeter, ela é associada à sedução, luxúria, perversão sexual, morte de crianças, doenças, assombrações e sofrimento.

Se Lilith e Eva realmente existiram, a questão não é o foco aqui. Mas o impacto de suas histórias nas mulheres e nos homens é inegável. Ao longo dos séculos, meninas e meninos foram moldados por essa narrativa, levando a ideias de perfeição e dominação masculina versus busca pela submissão feminina e aversão a qualquer semelhança com Lilith.

As histórias de Lilith e Eva, embora complexas e com diversas interpretações, foram utilizadas para perpetuar a subordinação feminina. Apenas nas últimas cinco décadas essa perspectiva começou a mudar. Uma luta pela igualdade, ainda em andamento, busca ressignificar a posição das mulheres e dos homens na construção de uma sociedade mais justa e equilibrada.

https://nino-marcati.blogspot.com/2024/05/lilith-primeira-mulher-de-adao-eva.html

Por: Nino Marcati

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