Gazeta Itapirense

Acusado de racismo, Tiago Costa é cassado

A Câmara Municipal de Mogi Mirim cassou o mandato do vereador Tiago Costa (MDB), na noite desta segunda-feira (4). O parecer final da Comissão Processante foi aprovado por 14 votos a 2, com uma abstenção.

A denúncia que gerou o pedido de cassação é de autoria da Acag (Associação Cultural Afro Guaçuana), de Mogi Guaçu, referente aos episódios ocorridos na audiência pública sobre o monumento Pelourinho, em 14 de setembro. Tiago, que defendia a retirada do Pelourinho como um “ato antirracista”, acabou acusado de racismo ao pendurar no monumento um boneco confeccionado com roupas e sacos pretos.

Votaram a favor da cassação os vereadores Ademir Junior (Republicanos), Alexandre Cintra (PSDB), Cinoê Duzo (PTB), Dirceu Paulino (Solidariedade), Geraldo Bertanha (União), João Victor Gasparini (União), Lúcia Tenório (Cidadania), Luzia Cristina (PDT), Mara Choquetta (PSB), Márcio do Boxe (Podemos), Marcos Gaúcho (PSDB), Marcos Cegatti (PSD), Robertinho Tavares (PL) e Magalhães da Potencial (PSDB).

Votaram contra a cassação apenas Joelma Franco da Cunha (PTB) e Luiz Saviano (Cidadania), suplente da vereadora Sônia Módena (PSD) – afastada por motivos de saúde. Moacir Genuário (MDB), que assumiu o lugar de Tiago Costa após o vereador ser afastado de suas funções, se declarou impedido, pois seria beneficiado diretamente pela cassação.

Ex-vereador deve recorrer da votação

A votação foi acompanhada por militantes de esquerda, membros do Acampamento Chico Pitada (ocupação da FNL em Vergel), representantes da Acag e manifestantes que pediam pela cassação de Tiago. Simpatizantes do parlamentar e alguns familiares também estavam presentes.

Vários vereadores se pronunciaram sobre o processo de cassação. Em comum, o discurso de que aquele era “um dia triste” para o Legislativo de Mogi Mirim. Tiago Costa acompanhou os trabalhos e teve direito de usar a tribuna para se defender. Por pouco mais de uma hora, rebateu reiteradas vezes as acusações de que seria racista e se disse vítima de perseguição política.

Com a cassação, Moacir Genuário deve permanecer na vaga do MDB, que pertencia a Tiago Costa, até o final desta legislatura, em dezembro de 2024.

Tiago Costa é o terceiro vereador cassado em três legislaturas seguidas da Câmara Municipal de Mogi Mirim. Em 2020, Samuel Cavalcante perdeu o mandato por 15 votos a 1, por suspeita de “rachadinha”, denunciado pelo próprio assessor. Em 2016, Dayane Amaro foi cassada pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) por infidelidade partidária, ao trocar o PDT pelo PSDB.

Foto e texto: O Impacto/Mogi Mirim

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