Gazeta Itapirense

Professor Pardal de Itapira viveu as transformações do mundo dos eletrônicos

Com mais de quatro décadas de atuação, José Luís Labigalini é testemunha ocular e profissional dos avanços da tecnologia nos últimos anos. Passou pela TV à válvula e chegou até as de última geração que estão pelo mercado afora.

“Antigamente era tudo feito para durar, hoje é descartável, não dura mais nada, é comércio puro. Eles (fabricantes) querem introduzir no Brasil essa cultura do descarte, de comprar sempre produtos novos. E conseguiram já”, avaliou o Professor Pardal itapirense.

Para confirmar o que fala, Labigalini lembra de como era o conserto dos televisores há 20 ou 30 anos atrás: “uma tv de tubo vinha pro conserto com mais de 20 anos de uso, até mesmo as primeiras de LCD duravam até 12 anos sem dar conserto, e quando quebrava era defeitinho bobo, que arrumava e durava mais 10 anos, hoje mudou muito. Chegaram duas tv’s aí que têm dois anos de uso e já deram defeito, a dona não se conforma”, frisou.

A queda na qualidade, segundo o técnico, não se restringe apenas às tv’s, chegando até os rádios e fornos micro-ondas: “um micro-ondas antigamente era difícil de quebrar, hoje com três meses de uso já começa a dor problema no magnetron. Os rádios nem se fala, hoje são brinquedos, não é um bem durável mais, tem muita rotatividade”.

Labigalini consertou desde tv à válvula até as atuais

Labigalini disse que ainda tem gente que aparece com os lendários vídeo cassete para arrumar: “no ano passado vieram dois ou três para arrumar, aparelho de DVD direto vem também. Até mesmo o toca disco aparece gente atrás pra comprar pois o gosto pelo LP voltou com tudo, está muito valorizado”.

O mais legal são as raridades que o técnico com formação universitária possui. Alguns destinados ao conserto e pertencentes a terceiros. Outros em retífica é quase um hobby para o especialista.
Por lá sempre tem rádio dos tempos da zagaia turbinado a válvula e outros aparelhos radiofônicos das antigas, inclusive alemães, sinônimos dos tempos em que a indústria fazia coisa que prestava.

A oficina de Labigalini fica na Rua Bento da Rocha, 475, no Centro, esquina com a rua Rui Barbosa.

Hoje o técnico assiste à volta do toca disco: “coisa boa volta sempre, virou moda e custa caro”
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