Nossa História: A paixão de uma cidade pela música e pela cultura
Qual cidade se dá ao luxo de ter uma corporação musical centenária? São poucas e, entre elas, Itapira. Fundada no início do século passado, mais precisamente no ano de 1909, a Banda Lira Itapirense segue oferecendo boas doses de cultura para quem acompanha suas apresentações.
Seja em um evento cívico, uma procissão, uma inauguração ou uma simples retreta na praça e lá estão a banda e seus admiradores.
Cresci ouvindo seus acordes. Nascer e morar por longos e longos anos no início da Comendador João Cintra me deu esse privilégio.
Vi e ouvi muitos músicos e diversos maestros, entre eles o vizinho Américo Passarella. Hoje já não moro mais naquele lugar, nem ouço os ensaios da Lira, mas sempre que posso acompanho suas retretas.
Itapira é uma cidade privilegiada por contar com uma banda secular, mas também por seu povo ser culturalmente avançado. Seja qual for o evento cultural e lá está o público prestigiando.
Bandas e fanfarras fazem parte do nosso cotidiano. Um exemplo claro é a formação da fanfarra de ex-alunos do IEEESO (Instituto de Educação Estadual Elvira Santos Oliveira).
Ex-alunos, hoje formados nas mais diversas áreas profissionais, fazem questão de dar continuidade ao projeto que trouxe de volta os bons tempos das grandes fanfarras daquela escola. E não há como negar que, ao ouvir aquele toque mágico e a batida inconfundível da fanfarra de ex-alunos, quem viveu aquele tempo sente arrepios de saudade e faz uma viagem gostosa no tempo, se transportando para os desfiles cívicos daquela época.
Vi e vivi muitos desses desfiles. Pude acompanhar de perto fanfarras de porte como as inesquecíveis formações representativas do IEEESO, que hoje tem sido revivida graças ao amor de seus integrantes daquela época, e da Escola Técnica de Comércio.
Todos aguardavam com ansiedade para ver qual delas se sairia melhor, numa espécie de concurso sem prêmio ou troféu, mas que colocava todo mundo de prontidão para avaliar as duas fanfarras.
Coluna publicada em 12 de julho de 2014 pelo saudoso jornalista Humberto Butti na versão impressa do jornal A Gazeta Itapirense
