Gazeta Itapirense

Serviços online crescem, mas Cartórios não abrem mão da papelada

Todos os dias são assinados, carimbados e expedidos inúmeros serviços nos cartórios de todo o Brasil. Boa parte desses serviços já migraram para o meio digital, agilizando a vida de pessoas físicas e jurídicas, entre elas empresas de pequeno e grande portes.

A digitalização nos cartórios é notória e foi sendo colocada em prática ao longo dos anos, com o objetivo de simplificar o acesso e, sim, tornar mais ágeis os serviços cartorários. Há mesmo sites oficiais que oferecem atendimento virtual para que o cidadão possa formular sua demanda e receber resposta de forma prática e rápida.

No entanto, quem entra em quaisquer dos cartórios de Itapira ainda percebe que a utilização do papel persiste, mantendo a burocracia como forma de legalizar ou mesmo oficializar os documentos. E isso sem que haja uma obrigatoriedade por parte das instâncias judiciais.

“Há mesmo órgãos públicos e instituições que, mesmo sabendo da legalização do serviço online, solicitam que seja emitida uma via em papel, como forma de comprovar oficializar o documento, o que é completamente desnecessário”, explica o experiente Devaldo Cescon, escrevente substituto de Tabelião, há 43 anos trabalhando no 2º Tabelionato de Notas e Protesto de Letras e Títulos, mais conhecido por “Cartório do Maurício Sabbag”, um dos mais tradicionais do município.

Segundo Cescon, no cartório em que trabalha, situado no Centro de Itapira, os serviços ali executados são os seguintes: autenticação, averbação, certidões de nascimento e de óbito, abertura de firma, reconhecimentos de firma (por semelhança e por autenticidade), procuração e tutela, e todos passaram por digitalização.

Porém,  o escrevente argumenta que o fato de os processos de confecção e expedição serem digitalizado, não significa que eles existam apenas no meio virtual.

Devaldo Cescon, escrevente, acredita que a papelada é uma tradição, “de ter o documento em mãos”

“Muitos desses serviços ainda requerem a utilização da emissão em papel para que sejam comprovados. Já outros serviços, pela minha experiência, não precisariam da impressão, mas a tradição brasileira de ter um documento em mãos, expedido pelo cartório, é mais forte e dá uma sensação de garantia aos clientes”, esclarece Cescon.

Conforme o escrevente, o avanço da tecnologia e, principalmente o advento da pandemia da Covid-19, foram dos principais impulsionadores dos serviços digitais nos cartórios. Mas, com o retorno à normalidade, as soluções que poderiam ser resolvidas com maior agilidade de modo virtual, voltaram a ter demanda do papel para intermediar os envolvidos.

“Pelo jeito, mesmo com a tecnologia tão avançada que presenciamos, as pessoas e instituições apostam na papelada para se sentirem seguras. É compreensível”, observou

Cartório do Maurício: apesar de toda tecnologia online, a papelada ainda persiste

 

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