Lendas Urbanas: Relato de Dragão enterrado em Itapira completa 35 anos
Tinha até comunidade no furibundo Orkut. A página ‘O Dragão de Itapira’ foi criada em 2005 e chegou a ter 202 pessoas como seguidoras, que relatam suas experiências com uma lenda urbana que apavorou os itapirenses há 35anos.
Lenda ou não, o fato é que o dragão virou notícia em novembro de 1988 e desencadeou uma pequena histeria que consumiu mentes preocupadas com o vaticínio da Mãe Dinah, a vidente que se tornou pop num Brasil pré-internet.
Dizia a mulher de olhos esverdeados esbugalhados que o nosso município tinha em suas terras um dragão ciclópico enterrado sob os pés dos moradores. A cabeça em direção à Vila Boa Esperança, o corpo no Parque Juca Mulato – antigo cemitério – e a cauda na região dos Prados e Istor Luppi.
O pior de tudo é que de uma hora para outra o animal iria se levantar e tostar a todos com suas flamejantes labaredas, oriundas da pantagruélica goela. O dragão metia medo em alguns. Já em outros acendia a luz do misticismo.
Adilson Accessor escreveu que “verdade ou mentira, é coisa muito espiritual, que só quem conhece é quem pode entender”. O inventor da comunidade é um cara cujo perfil atende pelo nome de Marcus. A reportagem não conseguiu contatá-los para melhores explicações sobre a inventividade.
Contudo, o fato é que o Dragão ainda suscita histórias mal acabadas, prós e contras. Há quem alude que é tudo mentirada e lorota do povão. Não passaria de fantasia.
A simpática Rita Franco da Silva apela à simbologia da figura do dragão. “Está associado à energia e ao renascimento” explica. “Há o dragão azul, por exemplo, que é o símbolo da Nova Era”, afirma.
Outros relatam também que a narrativa popular ganhou força por causa da Mãe Dinah que deitou fama e tudo que ela falava – ou não – dava margens às segundas interpretações.
Há reportagens da época em nossos jornais que contam com sabor pitoresco este episódio, porém, muitas pessoas levaram fé nas palavras místicas da Mãe Dina.