Antônio Benzedor: uma vida de fé, devoção e entrega a Deus
Espinhela caída, quebranto, mau olhado. Quem é do interior, provavelmente, já ouviu essas expressões e, na sequência, um conselho: é melhor se benzer.
Nossa cidade sempre teve seus benzedeiros respeitados e tão procurados pelas pessoas que buscam alento a algum problema de saúde, que são vários: ventre virado, cobreiro, benzimento de crianças, dor de cabeça, moleza no corpo, entre outros.
Conhecemos nesta segunda-feira, 26, o senhor Antônio Rodrigues, de 89 anos de vida e dedicação ao dom de benzer as pessoas desde os 16 anos, quando ainda morava na fazenda Santa Helena. “Comecei bem novinho, sempre tive muita fé e crença em Deus e desde então usei isso para ajudar as pessoas”.
Conhecido como ‘Antônio Benzedor’, ele atua em sua casa, na rua São Jorge, no bairro dos Prados. Foi lá que ele construiu uma capela no fundo do quintal e deu o nome de ‘Capelinha de Nossa Senhora Aparecida”. E é ali que recebe as pessoas que procuram por seus préstimos.
“Sou devoto de Nossa Senhora Aparecida desde antes de nascer e é nela e em tantos outros santos que busco a interseção para ajudar quem vem até mim”.
De fato, a pequena capelinha é lotada de santos, cada um com sua ‘especialidade’. Entre as imagens, estão lá São Roque, São Lázaro, São Sebastião, São Gonçalo, São Benedito, Santa Rita, Santa Catarina, Santa Isabel, Santa Joana e muitos outros.
Em volta do altar você vê vários itens ligados à intenção que se procura: currículo pra quem busca emprego; dezenas de chupetas de crianças que largaram o utensílio que ‘entorta os dentes”, pedidos de pessoas doentes, e por aí vai.
Devoto de Nossa Senhora Aparecida, seo Antônio Benzedor frequenta religiosamente as missas no domingo e até em dias de semana na paróquia dedicada à padroeira do Brasil, nos Prados.
O benzedor participa também de nossa Congada Mineira tocando um bumbo e foi justamente em um dia muito importante para o grupo que ele recebeu uma graça: “uma vez, em um 13 de maio, estava indo para a casa do Arnaldo (Franco) para participarmos das celebrações do São Benedito e no caminho escorreguei e machuquei meu braço direito. Não conseguia mexer nem os dedos. Doía muito e pensei em não ir mais com a congada. Mas eu sabia que precisava ir, precisava estar lá com meus companheiros para homenagearmos São Benedito. Eu ajoelhei e pedi com muita fé para que São Benedito me ajudasse. Minutos depois meus dedos começaram a mexer e a dor foi embora e consegui seguir com a Congada Mineira”, lembrou.
“Quem tem fé tem tudo, quem manda é Deus e ele tudo pode”, finalizou.