Hotel São Paulo vai virar patrimônio histórico de Itapira
O Hotel São Paulo, fundado em 1939 e situado à Rua Orestes Pucci, no Centro, será o primeiro imóvel a ser tombado como patrimônio histórico da cidade através da Lei Municipal n° 6.291/2023, criada na gestão do Prefeito Toninho Bellini.
Além de ponto de referência urbana, o hotel tem forte ligação com a história e a cultura da cidade, especialmente a Festa de Maio.
“Essa lei foi criada com o intuito de preservar a história da nossa cidade. E o Hotel São Paulo tem sua história muito vinculada ao de nossa cidade, especialmente porque está situado muito próximo da Estação Fepasa, onde antigamente os trens vindos de diferentes localidades paravam. Tem muitas histórias de Itapira que passam por esse hotel”, disse o prefeito Toninho Bellini em visita ao local na tarde da última quinta-feira, 1° de fevereiro.
Fundado por Antonio Coradi e Clorinda Mazaron Coradi em 1939, o então “Bar São Paulo” era situado à antiga Rua Alfredo Pujol, n° 45, endereço que depois mudou para Rua Orestes Pucci, n° 45, e estava situado bem próximo à antiga estação de trem da cidade – a Estação Fepasa.
Com o intuito de atender aos viajantes que vinham de outra cidade e precisavam de acomodações, o local foi transformado em hotel e até hoje é administrado pela mesma família e mantém a maioria das estruturas arquitetônicas da época, como paredes, janelas, portas e um arco lateral onde ficavam alojados os cavalos dos hóspedes.
Ao longo dos anos, o hotel hospedou diversas personalidades como Jânio Quadros, Garrincha, Rivelino, Capitão Bellini, Paula e Hortência da seleção feminina de basquete e integrantes do Circo Irmãos Almeida que traziam vários artistas famosos da época, como Mazzaropi.
O pedido para inserção do imóvel no rol do Inventário Municipal partiu de Flávia Maria Coradi, Valéria Maria Coradi, Susana Maria Coradi Martiniano, Donatta Maria Coradi e Abilio Coradi Filho, netos dos fundadores. “Nosso objetivo é preservar essa parte da história que está no Hotel. Ao longo dos anos, meu pai reuniu diversos documentos, fotos e itens do hotel, da nossa família e da cidade que são valiosos”, disse Susana. Ela explicou ainda que antes da Lei Municipal ter sido criada, a família já havia protocolado o pedido de tombamento no Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo). “Reunimos todos os documentos e demos entrada no pedido, mas eles mesmos explicam que quando há lei municipal o ideal é pleitear primeiro no município. E quando a Lei foi criada, vimos essa oportunidade”, completou.
O requerimento foi protocolado na Prefeitura em novembro do ano passado e, desde então, tramitou em todos os setores envolvidos, dentre eles a Comissão de Estudos e Avaliação de Bens para Inserção no Inventário Municipal.
A decisão com deferimento da solicitação foi assinada pelo vice-prefeito Mário da Fonseca no dia 15 de janeiro. “Ficamos muito felizes em verificar que esse interesse em preservar a nossa história também parte da população e não apenas do poder público. Toda a documentação foi analisada e nosso parecer é favorável ao tombamento e inserção desse imóvel no nosso inventário municipal”, explicou.
A documentação segue agora para o Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural, Natural e Paisagístico de Itapira para continuidade dos trâmites necessários para o tombamento.