Time do técnico da Esportiva ‘calou’ o Maracanã em final contra o Flamengo
O atual técnico da Esportiva Itapirense, Tássio Ferreira, fez parte do time do Santo André que foi campeão da Copa do Brasil de 2004, dentro do Maracanã e diante do sempre temido Flamengo.
Mas antes de chegar até Itapira, Tássio Ferreira tem em seu currículo muita história, glórias e “besteiras cometidas’ como ele mesmo gosta de frisar. Antes da viagem para São José do Rio Preto, na terça-feira, ele recebeu nossa reportagem para contar um pouco de sua história.
Foi sob o comando do técnico Péricles Chamusca que goleador chegou ao ápice de sua carreira ao se sagrar campeão da Copa do Brasil de 2004 pelo Santo André.
O Santo André atropelou o rubro-negro e levou o caneco ao vencer por 2 a 0 dentro do ‘Maraca’: “naquele momento a gente um dos melhores times do Brasil, não tenha dúvida disso. Elenco casca grossa, que não afinava pra ninguém”, relembrou o atacante matador.
Formado nas categorias de base do Santo André, brilhou no início da carreira no Santo André. Em 2003, ainda na base, formou um time que foi campeão da Copa São Paulo de Futebol Juniores, em uma final inesquecível contra o Palmeiras no Pacaembu tomado pela torcida adversária.
“Éramos amigos, dentro de campo e, principalmente fora. Cada um sabia o que o outro pensava, o que sentia. Era só olhar um para o outro que a gente se entendia. Foi o melhor grupo que trabalhei em minha carreira como jogador”, destacou.
Desse elenco, subiram 11 atletas que seguiram um ciclo vencedor na equipe Andreense. Veio então a Copa FPF e o Brasileirão da série C. Tássio brilhou em ambos.
Na partida final contra o Campinense, muito conturbada pelo clima criado por Luiz Carlos Ferreira, Tássio marcou o gol de empate e ajudou o Santo André a conquistar o acesso a série B.
Na Copa FPF Tássio também teve participação decisiva, marcando o quarto gol no jogo final que decretou o título Andreense na vitória por 4 a 1 contra a equipe do Ituano.
Mas a consagração e o status de ídolo veio mesmo com as atuações pela Copa do Brasil em 2004. Jogando no Parque Antártica contra o Palmeiras o meia marcou o gol de empate por 4 a 4 que eliminou o time da capital.
Reviravolta
Famoso e com uma multidão de fãs, Tássio deixa o Santo André após a Copa do Brasil e começa a ter problemas em sua carreira, até então consagrada: “eu me desencontrei, perdi o rumo de minha carreira. Acabei me iludindo com a fama. Eu era imaturo, tinha apenas 21 anos e me achava. Neste momento faltou alguém para me dar um suporte, me aconselhar”, lembra, sem mostrar amargura pelo momento vivido.
O jogador passou por vários times, inclusive no exterior, onde foi jogar em Malta.
“Em Malta era pra eu ter aproveitado mais, não só para ganhar dinheiro, mas para aprender. Lá vai um monte de gente para aprender idiomas, perdi esta chance também”, disse.
De volta ao Brasil foi jogar na ‘várzea’. “Durante a semana eu trabalhava de entregador na Vigor, fazia entregas em supermercados e padarias. No fim de semana atuava na várzea. Me lembro um dia que fui fazer uma entrega em frente ao estádio da Portuguesa, o Canindé. Fiquei horas esperando para ser atendido, comendo paçoca e olhando para aquele estádio. Comecei a pensar, “caramba, até tempos atrás eu era uma promessa da Portuguesa, jogava ali dentro, e hoje estou aqui. Nada contra a profissão, mas ali comecei a notar que perdi uma grande chance na minha vida. Foi na Vigor que adquiri uma grande virtude: ter paciência, saber esperar”.
Em 2014 Tássio começa a carreira de técnico ao assumir o Sub-17 do Santo André, e logo depois passa a comandar o Sub-20, mas pede pra sair: “o time ia bem, ganhava tudo, mas na hora de conquistar um título, ficava pelo caminho. Comecei a pensar que o problema era eu. Aí decidi sair. Fui parar no Mauaense em 2018 como auxiliar técnico”.
O professor desembarcou aqui na cidade em 2021 para comandar a equipe Sub-20, mas tempos depois assumiu a o elenco profissional no Campeonato Paulista da Série B.
O ex-jogador de futebol ganhou a confiança e o respeito do elenco e dos torcedores da Vermelhinha, fato que contribuiu para o acesso do time para a Série A3.
Até o momento a Itapirense não sabe o que é perder, foram 2 vitória e 2 empates. Os resultados até o momento confere ao time o sonho de lutar para o acesso para a Série A2 em 2024.
A história de Tássio Ferreira em Itapira está sendo escrita ainda, e tudo indica que será recheada de muito trabalho, amor à camisa da Vermelhinha e compromisso com o clube.
Que venha o acesso para a Série A2.