Gazeta Itapirense

Evento sobre violência contra a mulher reúne dezenas de pessoas

Dezenas de pessoas participaram na manhã desta quarta-feira, 31, do I Encontro de Conscientização pelo Fim da Violência Contra a Mulher promovido pelo CREM (Centro de Referência Especializado da Mulher) e sediado no auditório da AIPA (Associação Itapirense de Preparo do Adolescente).

Nomeado de “Ela é Dela”, o evento contou com a presença do prefeito Toninho Bellini, do vice Mário da Fonseca, da Secretária de Promoção Social Regina Ramil e demais secretários municipais. Em seu discurso de abertura, o Chefe do Executivo ressaltou a importância da ampla discussão sobre o tema e enalteceu o trabalho desenvolvido pelo CREM, que tem pouco menos de um ano e meio de funcionamento. “Esse serviço é de extrema importância para o acolhimento dessas mulheres vítimas de violência e que, na maioria das vezes, tem medo de procurar ajuda. Nesse quase um ano e meio já foram quase 300 atendimentos de um trabalho em rede que envolve vários setores e que já é referência na região. Além disso, o CREM também atua no empoderamento dessas mulheres com cursos profissionalizantes e diversas atividades”, disse.

Em seguida, a advogada, presidente da Comissão da Mulher Advogada de Itapira e presidente do Comdim (Conselho Municipal dos Direitos da Mulher), Vivian Nicolai, palestrou sobre Violência Doméstica e a Lei Maria da Penha.

Além de discorrer sobre os diferentes tipos de violência praticados e os sinais de alerta para as mulheres, ela também exaltou o trabalho desenvolvido pela equipe do CREM e destacou a importante parceria com a OAB de Itapira no que diz respeito ao atendimento jurídico gratuito oferecido no local. “Agradeço à gestão da OAB de Itapira por essa parceria com a Prefeitura. Desde que os atendimentos passaram a ser no CREM nós notamos até um aumento na procura pelo ambiente diferenciado e a equipe multidisciplinar que está pronta para acolher essas mulheres”.

A Delegada Titular da Delegacia da Mulher de Itapira, Dra. Gilmara Natalia B. Santos, também esteve presente e fez uma palestra mais técnica sobre os tipos de crime que estão inseridos na Lei Maria da Penha e falou detalhadamente sobre os trâmites que envolvem a denúncia e como é a atuação da Polícia Civil.

Ela também mencionou sua experiência em outros municípios e reforçou o quanto é necessária essa luta por uma mudança de postura da sociedade. “Eu cresci em uma sociedade patriarcal que não ensinou que a mulher é igual ao homem. E hoje trabalhamos para mudar isso. Precisamos da Lei Maria da Penha para nos deixar no mesmo patamar dos homens. Nem acima, nem abaixo”, disse.

Antes do encerramento, os presentes se emocionaram com o depoimento de Samara Brianti, que foi vítima de mais de um tipo de violência cometido por um ex-parceiro. Anos depois, ela conheceu o CREM, se sentiu acolhida e hoje é uma das voluntárias do serviço. “Eu fui entrando em um círculo vicioso em que achava que as agressões eram normais e não sei o porquê”, relatou. Ela contou que o processo para sair da situação foi lento e demandou muita coragem e apoio da família e amigos. “E após vários anos, fui acolhida por essa equipe maravilhosa do CREM que me ajudou a superar essa situação vivida. E agora estou aqui para ajudar outras mulheres que, como eu, sofrem ou sofreram violência doméstica”, concluiu.

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