Casa de Menotti Del Picchia será reaberta no dia 3 de abril
Fundada em março de 1987 através do decreto 24/87, do então prefeito David Moro Filho, a Casa de Menotti Del Picchia presta homenagem ao escritor e autor do poema Juca Mulato. Localizada no interior do Parque Juca Mulato, que recebeu este nome também em homenagem ao escritor, que encontrou na pacata Itapira de 1917 a inspiração para escrever sua mais renomada obra.
Muito visitada, principalmente por quem aprecia a boa leitura e tem curiosidade em conhecer um pouco de sua história e suas obras, a Casa de Menotti Del Picchia hoje integra o rol dos museus itapirenses, do qual fazem parte também o Museu Histórico e Pedagógico Comendador Virgolino de Oliveira e o Museu de História Natural Hortêncio Pereira da Silva Júnior, todos instalados no interior do parque.
Devido a ação do tempo, o local centenário onde está instalado foi deteriorado e foi necessária uma ampla reforma para recolocar o museu em condições de abrigar importantes obras. Nessa primeira etapa o prédio recebeu melhorias no telhado e no interior. “Agora faremos uma completa reformulação no interior, para oferecer melhor acesso às obras”, explica Ezequiel Barel Filho, diretor de Cultura e Turismo. “Nós iremos fazer a reabertura para visitação pública”. Essa reabertura está programada para o dia 3 de abril, às 10h.
Para a execução dessa etapa foi conquistada uma verba de R$ 100 mil pela SAMI (Sociedade Amigos dos Museus de Itapira), presidida por Ricardo Pêcego, junto ao Proac (Programa de Ação Cultural) do Estado de São Paulo. “Nós temos apenas que acompanhar as obras e passar para o governo estadual o andamento da mesma”, explica o secretário de Cultura e Turismo, César Ricardo Lupinacci. “O valor é depositado em conta e liberado conforme a obra vai sendo executada”.
Quem foi Menotti Del Picchia
Menotti Del Picchia (1892-1988) foi um poeta, romancista, ensaísta, cronista, jornalista, advogado e político brasileiro. Foi ativista do Modernismo, mas sua obra mais marcante é o poema “Juca Mulato”, em que a temática é o caboclo, o maior traço do Pré-Modernismo.
Paulo Menotti Del Picchia nasceu na cidade de São Paulo, no dia 20 de março de 1892. Era filho do jornalista Luigi Del Picchia e de Corina Del Corso, imigrantes italianos. Com cinco anos de idade mudou-se com a família para a cidade de Itapira. Iniciou seus estudos em Campinas, São Paulo e em seguida estudou no Ginásio Diocesano São José, em Pouso Alegre, Minas Gerais.
De volta a São Paulo, em 1909 ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco. Em 1913 concluiu o curso de Direito e publicou seu primeiro livro “Poemas do Vício e da Virtude”. No ano seguinte voltou para Itapira, onde trabalhou como advogado e dirigiu os jornais, Diário de Itapira e O Grito!
Menotti Del Picchia foi um dos articuladores, ativistas e colaboradores da Semana de Arte Moderna, que ocorreu em São Paulo, entre 13 e 18 de fevereiro de 1922. Redator do Correio Paulistano, colocou a sua coluna à disposição dos interesses revolucionários de 22.
O autor abriu a segunda noite a mais importante e a mais tumultuada da Semana, com uma conferência em que era negada a filiação do grupo modernista ao futurismo de Marinetti, mas defendia a integração da poesia com os tempos modernos, a liberdade de criação e, ao mesmo tempo a criação de uma arte genuinamente brasileira.
Em 1924, Menotti criou, junto com Cassiano Ricardo, Plínio Salgado e Guilherme de Almeida, o “Movimento Verde e Amarelo”, como reação ao tipo de nacionalismo defendido por Oswald de Andrade.